top of page

neonews

neonews Portal de notícias e entretenimento

Crítica | Smurfs

O reboot de Smurfs que tenta se reinventar sem esquecer as raízes, mas nem sempre acerta o tom


Filme - Smurfs
Filme - Smurfs

(Foto: Divulgação)



Poucas franquias infantis carregam tanto peso nostálgico quanto Smurfs. Em 2025, os pequenos seres azuis retornam às telonas com um reboot que promete revitalizar o universo criado por Peyo, mas que, no processo, abraça uma narrativa caoticamente ambiciosa. Dirigido por Chris Miller (Uma Aventura LEGO) e Matt Landon (O Pequeno Príncipe), o longa inicia com um prólogo promissor, apresentando uma mitologia mais profunda para o universo smurf. A tradicional canção feliz embala a introdução da vila e de novos personagens, criando uma atmosfera que mistura inocência com uma pitada de grandiosidade. Mas, à medida que a trama avança, o excesso de plots mirabolantes e recursos visuais grandiosos acaba desviando o foco do que deveria ser o núcleo da história: a jornada emocional de Sem-Nome e Smurfette.


No centro da narrativa está Sem-Nome (James Corden na versão original, Diego Martins na dublagem brasileira), um Smurf que questiona seu propósito e embarca em uma jornada de autodescoberta. Ao lado de Smurfette (Rihanna, com Jennifer Nascimento dando voz na versão nacional), ele tenta resgatar Papai Smurf, sequestrado pelo novo vilão Razamel (JP Karliak/Bruno Gagliasso). É uma premissa simples, mas que rapidamente se complica com subtramas que parecem existir apenas para expandir o universo sem ter tempo de explorá-lo de verdade. Essa pressa narrativa gera momentos desconexos, alternando entre humor ácido, sequências de ação desnecessariamente grandiosas e diálogos que ora miram no público infantil, ora tentam agradar os adultos.


Ainda assim, alguns personagens conseguem brilhar. Razamel, irmão do já conhecido Gargamel, traz um toque de frescor à vilania, mas carece do carisma para se tornar memorável. Já Mamãe Fifi (Natasha Lyonne/Tata Estaniecki) e Ken (Nick Offerman), irmão de Papai Smurf, imprimem um humor rápido e sarcástico que dialoga bem com a geração TikTok, embora possa deixar os fãs mais tradicionais confusos. É quando o filme ri de si mesmo, assumindo seu caráter caricato, que encontra seus melhores momentos — como se lembrasse, ainda que tardiamente, que o charme dos Smurfs sempre esteve na simplicidade.


Visualmente, Smurfs (2025) é uma experiência vibrante. Inspirado em animações como Aranhaverso, o longa mistura diferentes estilos de animação, brincando com texturas e proporções que dão nova vida ao universo azul. Essa ousadia estética é, sem dúvida, um dos grandes acertos, criando uma identidade visual única para o reboot. No entanto, a beleza das imagens não consegue esconder a sensação de excesso narrativo. A tentativa de equilibrar humor, ação, aventura e emoção faz com que o ritmo oscile demais, e o resultado é um filme que, embora divertido, acaba soando mais barulhento do que coeso.


O destaque brasileiro vai para a dublagem, que entrega performances de alto nível. Bruno Gagliasso, como Razamel, equilibra humor e ameaça com surpreendente naturalidade, enquanto Diego Martins traz carisma ao Sem-Nome. Jennifer Nascimento, por sua vez, faz uma Smurfette cativante, e Tata Estaniecki rouba a cena com a irreverente Mamãe Fifi, mostrando que a tradição da dublagem nacional continua sendo um dos grandes diferenciais para o público local. Esse cuidado ajuda a dar mais vida e personalidade aos personagens, tornando a experiência muito mais agradável para quem assiste em português.


Como produto para crianças, Smurfs cumpre seu papel: é colorido, energético e barulhento o suficiente para manter os pequenos entretidos, principalmente durante as férias de julho, quando a demanda por animações é maior. Para os adultos, porém, a experiência é mais irregular. Há momentos de charme e nostalgia, mas também há longas sequências que parecem inchadas e um tanto confusas, minando o potencial de uma narrativa mais direta e impactante.


No fim, Smurfs (2025) é uma aventura que mistura renovação e exagero em doses quase iguais. É divertido, mas caoticamente ambicioso, e por vezes se perde na própria ânsia de ser mais do que precisava. Não é o reboot definitivo que reinventará a franquia, mas tampouco é um desastre: é um filme que diverte sem deixar uma marca duradoura, lembrando que, às vezes, menos é mais — especialmente quando falamos de seres tão simples e icônicos quanto os Smurfs.




Ficha Técnica


Nome: Smurfs

Tipo: Filme

Onde assistir: Cinema

Categoria: Musical/Comédia

Duração: 1h e 32min


Nota 2/5



Explore todo esse universo de notícias e entretenimento

neonews, neoriginals e ClasTech são marcas neoCompany. neoCompany ltda. Todos os direitos reservados.

  • LinkedIn
  • Youtube

neonews, neoriginals e ClasTech são marcas neoCompany.

neoCompany ltda. Todos os direitos reservados.

bottom of page