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Crítica | Quarteto Fantástico

Quarteto Fantástico veio como um retorno que resgata o coração da primeira família da Marvel sem esquecer o peso da aventura


Filme - Quarteto Fantástico
Filme - Quarteto Fantástico

(Foto: Divulgação)



Depois de três tentativas frustradas de adaptar o Quarteto Fantástico para o cinema, 2025 finalmente marca o acerto que os fãs esperavam há décadas. Quarteto Fantástico: Primeiros Passos surpreende ao não apostar todas as fichas em batalhas épicas ou na grandiosidade de seus vilões, mas sim nas relações que definem a primeira família da Marvel. Dirigido por Matt Shakman, o longa faz jus ao legado dos personagens ao trazer um foco humano e intimista, transformando Reed Richards (Pedro Pascal), Sue Storm (Vanessa Kirby), Johnny Storm (Joseph Quinn) e Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach) em figuras palpáveis, com dilemas que transcendem o gênero super-heroico. Ainda que a ameaça de Galactus (Ralph Ineson) e sua arauto Surfista Prateada (Julia Garner) permeie a narrativa, o que realmente sustenta o filme é a forma como os laços familiares se tornam mais importantes do que qualquer superpoder.


Ao contrário de outras produções do MCU, Primeiros Passos entende que heroísmo não é apenas enfrentar vilões gigantescos, mas também saber lidar com as falhas e vulnerabilidades daqueles que amamos. Um dos pontos mais fortes do roteiro é como ele transforma a relação dos personagens em algo cotidiano e crível: o marido distraído que não acha suas coisas, o tio desajeitado com uma cadeirinha de bebê, a irmã que tenta conciliar independência com responsabilidade. Esses momentos, aparentemente simples, ganham tanto peso quanto as cenas de ação espacial. E é justamente essa humanização que faz a trama ser tão envolvente, criando empatia mesmo nos instantes mais fantásticos.


Claro que o filme não abre mão de tensão ou sacrifícios. A sequência em que Galactus decide sequestrar Franklin Richards, o recém-nascido filho de Reed e Sue, adiciona uma camada dramática poderosa à narrativa. Não é apenas uma disputa cósmica, mas uma luta visceral para proteger o que há de mais precioso na família. Essa escolha aproxima o público da jornada dos heróis, tornando a ameaça ainda mais tangível e emocional. Pedro Pascal e Vanessa Kirby brilham especialmente nessas cenas, entregando atuações carregadas de sensibilidade, enquanto Joseph Quinn e Ebon Moss-Bachrach equilibram o clima com humor e leveza sem quebrar o tom dramático.


Tecnicamente, o filme é um misto de acertos e deslizes. A direção artística retrofuturista é uma das mais belas do MCU, com cenários que misturam elegância vintage e um toque de ficção científica à la anos 60. Já os efeitos visuais apresentam certa irregularidade: há momentos impressionantes, como a fluidez do corpo elástico de Reed ou a imponência do Surfista Prateada, mas outros ficam aquém do esperado para uma produção desse porte. Ainda assim, a escolha de focar mais nos personagens do que no espetáculo visual acaba funcionando a favor do filme, lembrando o público que computação gráfica, por mais bem-feita que seja, nunca substitui uma boa história.


Um ponto que pode gerar discussão é a forma como o roteiro lida com questões sociais. Ao apresentar uma sociedade retro-utópica, o filme evita abordar de forma direta temas como desigualdade de gênero ou racial, preferindo insinuar que tais problemas já foram superados. Essa escolha, embora facilite a narrativa, acaba criando uma sensação de superficialidade no contexto social e político do universo apresentado, escondendo-o atrás de uma “família-margarina” idealizada. Não chega a comprometer a experiência, mas deixa um gosto de oportunidade perdida.


Apesar desses pequenos tropeços, é inegável que o trabalho de Shakman, aliado ao roteiro de Josh Friedman, Eric Pearson, Ian Springer e Jeff Kaplan, resgata o verdadeiro espírito do Quarteto Fantástico. O filme não é apenas sobre super-heróis salvando o mundo, mas sobre pessoas imperfeitas tentando se apoiar umas nas outras em meio ao caos. É um filme que sabe rir de si mesmo, que encontra beleza no ordinário e que, ao mesmo tempo, entrega uma aventura cósmica emocionante e cheia de significado.


No fim, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos não é o blockbuster perfeito, mas é o filme que a franquia precisava para finalmente se firmar. Ele entende que a força dessa equipe nunca esteve apenas nos poderes ou nas ameaças, mas na forma como, juntos, eles representam algo maior: a ideia de que, independentemente dos desafios, família é o que nos mantém de pé. E talvez seja por isso que, mesmo com falhas, este seja o melhor filme do Quarteto já feito.




Ficha Técnica


Nome: Quarteto Fantástico

Tipo: Filme

Onde assistir: Cinema

Categoria: Ação/Ficção Científica

Duração: 1h e 55min


Nota 4/5



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