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Crítica | F1 - O Filme

Com direção de Kosinski e motor ligado na nostalgia, longa F1 entrega ação de tirar o fôlego, mesmo em meio a uma história previsível


F1 - O Filme
F1 - O Filme

(Foto: Divulgação)



F1 – O Filme é, antes de tudo, uma celebração do poder imersivo do cinema moderno de ação. Joseph Kosinski, que já havia revolucionado a estética de velocidade em Top Gun: Maverick, aqui pisa fundo no acelerador ao retratar a Fórmula 1 com uma intensidade visual e sonora raramente vista na tela grande. Se o roteiro bebe da fonte clássica da jornada do herói, a embalagem que entrega essa história é nada menos que espetacular — e isso basta para fazer o filme funcionar com maestria.


Na prática, são três filmes em um. Primeiro, temos a tradicional narrativa de redenção: Sonny Hayes (Brad Pitt), um ex-piloto desacreditado, retorna à pista após duas décadas afastado. Depois, o filme incorpora um estilo quase documental, ao inserir uma espécie de reality show dentro dos cockpits da F1. Por fim, tudo se une em uma aventura tipicamente americana, com DNA de blockbuster e alma enraizada na nostalgia. E é justamente esse terceiro aspecto que brilha com mais força, ao reunir adrenalina, carisma e espetáculo em doses controladas — mas explosivas.


O mérito técnico de F1 é inquestionável. Kosinski usa até 12 câmeras reais por carro, capta cenas em Grandes Prêmios de verdade e mistura efeitos práticos e CGI de maneira tão fluida que é impossível distinguir o que é digital e o que é real. Além disso, o som é um espetáculo à parte. Os motores rugem, os pneus guincham e o público sente cada curva como se estivesse no banco do passageiro. Hans Zimmer assina a trilha sonora com energia e elegância, conduzindo a emoção com a mesma precisão que uma equipe de boxe em plena corrida.


Se visualmente F1 é um triunfo, narrativamente ele se permite menos ousadia. A história de Hayes é recheada de arquétipos: o veterano relutante, o novato promissor (Damson Idris, em boa forma como J. Pearce), o empresário excêntrico (Javier Bardem, carismático como sempre). As falas são por vezes superficiais e os conflitos, genéricos. No entanto, há honestidade no tratamento dessa previsibilidade — Kosinski não tenta disfarçar o clichê, ele o abraça e potencializa com carisma e ritmo acelerado.


O filme também se insere de forma consciente no atual momento da Fórmula 1 como produto cultural. A popularização da categoria nos EUA, impulsionada por Drive to Survive e eventos cada vez mais cinematográficos, não é coincidência. F1 – O Filme é, ao mesmo tempo, reflexo e combustível desse fenômeno. Ele não apenas retrata o automobilismo: o promove, o glorifica e o transforma em experiência coletiva — um evento para ser vivido em tela grande.


A parceria entre Kosinski e o produtor Jerry Bruckheimer consolida um estilo que celebra a nostalgia sem se perder nela. Como em Maverick, o protagonista é branco, veterano e dono do charme clássico dos anos 80, mas o elenco coadjuvante é diversificado e encontra espaço relevante. A fórmula é conservadora, sim, mas atualizada com sutileza. É um cinema que reconhece seus limites enquanto oferece um espetáculo técnico de encher os olhos.


No fim das contas, F1 talvez não inove na trama, mas redefine os padrões visuais e sensoriais para filmes de ação com veículos. É um convite para sentir, ouvir e viver a velocidade de forma visceral, mesmo que já saibamos onde a linha de chegada nos aguarda. E às vezes, isso é tudo que o cinema precisa ser: uma experiência que te prende à poltrona, acelera o coração e te faz sair da sala com vontade de dar mais uma volta.




Ficha Técnica


Nome: F1

Tipo: Filme

Onde assistir: Cinemas

Categoria: Ação / Esporte

Duração: 2hs 36min


Nota 4/5



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