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Crônica #30 | Dor…O sentir da DOR

Atualizado: 31 de out. de 2022



Há tempos faço compras numa loja com um determinado vendedor, e acabamos nos tornando amigos.

Ele me expôs um assunto que me deixou pensativo. Contou da sua neta com câncer e também comentou sobre a dor. Disse que, se pudesse, trocaria de lugar com ela para transferir a dor que ela sente .... Senti nas suas palavras o tamanho do seu amor e carinho e também do seu profundo sofrimento e impotência perante esse fato da sua vida. Reconheci a sua necessidade de desabafar e me dispus a ouvi-lo e talvez auxiliá-lo.

E assim fui expressando...


Somos eternos alunos nessa dimensão e, para um crescimento físico, mental, emocional e espiritual passamos por várias fases, ou melhor; vivemos momentos marcantes, muitas vezes intensos e de muito pesar que parecem nunca acabar. É assim com a vida de muitas pessoas.




Já no início da vida aqui, podemos reconhecer a dor no parto e pós parto representada pelo profundo choro de um recém-nascido. Vendo o mundo de cabeça para baixo, uma palmada e depois um corte do cordão umbilical, uma desconexão física com o corpo da mãe. São invasões repentinas e assustadoras. Agressões e choques de mundos que, se o bebê pudesse falar diria: “O que está acontecendo?”


Caímos no mundo real, físico, palpável e sem possibilidade de retornar ao ventre materno em busca de proteção. Era meio que apertadinho, mas era bom. Assim, não resta outra opção a não ser seguirmos o caminho pra frente, e iniciamos já treinando os cinco sentidos. Conhecemos o primeiro doce sabor do leite materno, ouvimos os seus batimentos cardíacos agora pelo lado externo no aconchego do seu colo e, sentimos o calor do seu corpo num abraço carinhoso. Sentimos o perfume suave de um sabonete de bebê e depois de alguns dias uma luz invade nossos olhos mostrando o universo físico criado por Deus. Nos cinco sentidos também estão contidas as dores. Assim a natureza vem nos ensinando que existem as polaridades. Bom e ruim.





Até esse momento tudo que sentimos, assimilamos na subconsciência.

Experenciamos e aprendemos através do nosso dia a dia a dor física e depois a dor dos sentidos. Porém, a evolução é inexorável e nosso “inimigo” passa a ser o tempo; e chegamos agora na fase dos “porquês”. Implacavelmente “input” de informações para o cérebro da criança passa a ser agressivo a tal ponto que começam a entender as diferenças entre sonhos e pesadelos de vida. Somente nas próximas etapas da vida desenvolvemos outros tipos de perguntas: “Para que serve?” e “O que significa?”





Crescemos.....


Por várias razões, agora, outras emoções e sentimentos invadem nosso caminho de evolução. Ciúmes, inveja, orgulho, vingança, traição, etc...

Agora são dores que não deixam cicatrizes e sim marcas profundas na nossa alma.


Crescemos...


Conhecemos uma idade em que viramos novamente uma criança e, quando outros tipos de perguntas invadem: “Como cheguei até aqui?”, “Quem fui nesse mundo?” e “O que eu fiz para meus irmãos?”


Os questionamentos: como, por que, o que, para que, já ficaram para trás e talvez fique uma possível última pergunta.

- “Quando irei sair deste para um outro lugar?”

- “Para onde vou? e será que vou?... se é que vou”...




No decorrer da nossa vida, é intrínseco a evolução e mudanças de nossos pensamentos, do nosso crescimento físico, de nossas emoções, dos nossos sentimentos e também da nossa espiritualidade. Colocando um elemento comum presente em todas as etapas da vida estão as lágrimas, podemos talvez chamá-la de elemento condutor. Ela acompanha o caminho que nos conduz e nos leva ao nosso mais profundo ser; seja na dor, na tristeza, no desespero, na aflição, na confissão, num pedido de perdão; e também acompanha os mais sublimes momentos de oração, de união, de conquistas, de felicidade, de alegria, de leveza, de expansão, de gratidão!





Lágrima quando nasci.

Lágrima na alegria e felicidade quando me casei.

Lágrima quando tive duas filhas.

Lágrima quando perdi meus pais.


Uma única gota de lágrima diz tudo. Cada um sabe o valor que ela contém.

E outra forma de expressar a presença dela seria “Eu Criador estou aqui...”


Daí então fico pensativo... Por que precisamos passar por dores? São consequências de algo que fizemos durante nossa vivência ou é apenas um curso complementar para atingir um patamar acima? Ambas têm total sentido.


Quando a dor é reflexo dos atos praticados é o efeito de uma causa. Reconhecendo os atos pode-se sair de um círculo vicioso de repetições.


Quando a vida mostra que a dor é um curso complementar para atingir patamar maior, e se assim for reconhecida, é um possível caminho para conquista de sabedoria com uma conexão pura no conteúdo de Vida com o Criador. Faz-se necessário uma regeneração, voltar ao estado umbilical ou melhor, descartar tudo o que aprendeu desrespeitando os princípios do Homem: o descarte total do egoísmo. Quando a dor for reconhecida e entendida como um elemento de aprendizado haverá um grande despertar, e um passo gigante poderá ser dado para o seu próprio desenvolvimento.





Quaisquer mudanças provocam dores, não admitir a necessidade de aceitá-las já tendo conhecimentos será concordar em viver preso a pesadas pedras.


Tudo o que vivemos nesse plano é transitório, assim como a dor. Um dia ela passará, passará de forma definitiva se for encarada, entendida e ressignificada.

Dedique um tempo para reflexões.

Buscar conhecimentos e autoconhecimento: esse é o caminho.





Estando nesse caminho e acrescentando o fazer o bem, na prática do pedir perdão aos outros e a si mesmo, ser humilde com tudo e todos, altruísmo silencioso... são atitudes nobres que provocam dentro de si felicidade. Felicidade se conquista dando felicidade, a tudo e a todos; a consequência disso é simplesmente harmonia, alegria, paz, justiça, verdade que nos aproxima cada vez mais do Absoluto, amor ... e aos poucos vamos nos Integrando Cosmicamente.


Finalmente, ao encerrar a compra, meu amigo vendedor assim se expressou ao despedir:


- “A dor é diferente de sofrimento...”

- “Sim. Dor, sentir a dor ..... Sofrer, sofrimento é opcional.” respondi.





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