Inteligência artificial e cibersegurança | O novo desafio de governar o invisível
- Redação neonews 
- 22 de out.
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Com o avanço acelerado da Inteligência artificial, empresas precisam ir além da simples detecção de ameaças — o futuro da segurança digital está em prever riscos e transformar proteção em inovação

(Foto: Divulgação)
Nos últimos anos, a humanidade assistiu a um salto tecnológico sem precedentes. A inteligência artificial deixou de ser um conceito de laboratório para se tornar uma presença constante no dia a dia das empresas — automatizando processos, otimizando decisões e moldando o futuro dos negócios. Mas, junto com esse poder, surge uma nova e perigosa vulnerabilidade: a superfície de ataque digital cresce na mesma velocidade da inovação.
“Essa corrida pela eficiência e pela inovação, no entanto, trouxe consigo uma nova superfície de ataque que cresce em velocidade inédita. O desafio que antes era apenas ‘enxergar’ o que estava em risco agora evoluiu, não basta ter visibilidade, é preciso governar e controlar, de forma proativa, esse ecossistema cada vez mais complexo.”
O alerta é claro: a segurança da informação não acompanha, na mesma medida, o ritmo das criações impulsionadas por IA. De acordo com pesquisa da Tenable, mais de um terço das equipes de segurança têm identificado o uso de ferramentas de IA que não passaram por processos formais de autorização. Isso significa que, muitas vezes, colaboradores e equipes estão utilizando softwares que sequer foram avaliados pelos times de TI — um terreno fértil para brechas e ataques.
Durante apenas 75 dias, entre junho e setembro de 2024, a Tenable encontrou mais de 9 milhões de instâncias de aplicativos de IA em mais de 1 milhão de hosts. Entre elas, vulnerabilidades graves foram detectadas em soluções conhecidas, como Microsoft Copilot, Flowise e Langflow. “O risco à segurança cibernética do uso irrestrito de IA é agravado pelo crescente volume de vulnerabilidades de IA.”

(Foto: Divulgação)
E o cenário se torna ainda mais sensível quando cruzamos essas informações com ambientes em nuvem. É comum encontrar instâncias configuradas com privilégios excessivos, dados públicos sem criptografia e notebooks de machine learning vulneráveis. Cada falha é uma porta aberta, e cada acesso indevido pode comprometer informações estratégicas e milhões em ativos digitais.
De reagir a prever: a nova lógica da segurança digital
“Historicamente, o papel das equipes de segurança foi reagir a incidentes ou corrigir vulnerabilidades identificadas. Mas a lógica de proteção em ambientes de IA exige uma mudança de mentalidade.”
Em outras palavras, agir depois que o problema acontece não é mais o suficiente. O ritmo da IA exige antecipação. Governar o uso dessas tecnologias — saber onde, como e por quem estão sendo usadas — é o novo diferencial competitivo.
A transformação passa por estabelecer mecanismos de governança sólidos, capazes de mapear e monitorar constantemente os riscos antes que eles causem danos reais. Essa virada de chave redefine o papel da cibersegurança: de um setor visto como limitador da inovação, para um pilar que a possibilita com segurança e confiança.
“Mais importante, essa mudança posiciona a cibersegurança como elemento habilitador da inovação, não como barreira. Quando há clareza sobre onde estão os riscos e a capacidade de agir sobre eles de forma eficiente, as empresas conseguem explorar o potencial da inteligência artificial com mais ousadia e menos medo.”

(Foto: Divulgação)
O ponto de virada
Estamos presenciando uma mudança estrutural na forma como a segurança digital é percebida. O que antes era uma busca por fechar brechas, agora se torna um exercício contínuo de governar o invisível — políticas, controles e monitoramento que mantêm o equilíbrio entre a criatividade humana e a responsabilidade tecnológica.
“O futuro das organizações dependerá de quem conseguir equilibrar velocidade de inovação e capacidade de governar riscos. Mais do que nunca, proteger é também viabilizar o crescimento.”
A mensagem é clara: no novo mundo da inteligência artificial, quem dominar a arte de prever ameaças será quem liderará a próxima era da inovação.
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