Maior seca da história brasileira atinge vastas áreas do país e pode se intensificar nos próximos meses
(Foto: Divulgação)
O Brasil está vivenciando a maior seca de sua história, um evento climático sem precedentes desde o início da série histórica do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), em 1950. A estiagem afeta quase todo o território nacional, com exceção do Rio Grande do Sul. De acordo com a análise do Cemaden, a situação é alarmante e pode se agravar nos próximos meses.
O alerta surge em um momento crítico, já que setembro é tradicionalmente um mês de altas temperaturas e baixa precipitação, conforme indicado pelo Climatempo. Essa combinação de calor extremo e escassez de chuvas pode intensificar ainda mais a seca.
Atualmente, mais de um terço do Brasil, equivalente a mais de três milhões de quilômetros quadrados, está enfrentando a forma mais severa da estiagem. Em contraste, a seca de 2015 afetou uma área menor, de 2,5 milhões de km². A situação atual é mais abrangente e severa, com grandes regiões do país enfrentando seca excepcional (a pior) ou severa (a segunda pior), segundo o Cemaden. No Norte, por exemplo, a secagem dos rios resultou no isolamento de cidades e um aumento significativo nas queimadas, comprometendo a qualidade do ar.
A seca tem implicações diretas na geração de energia. Com os rios atingindo níveis baixos, as usinas hidrelétricas têm dificuldade em produzir energia suficiente para o Brasil. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) teve que ativar termoelétricas para suprir a demanda energética, uma solução menos sustentável e mais cara.
Especialistas apontam três fatores principais para a severidade da seca atual:
El Niño: O fenômeno climático que aquece o Oceano Pacífico tem provocado um aumento das temperaturas no Brasil e alterado os padrões de chuva.
Aquecimento do Oceano Atlântico Tropical Norte: O aumento da temperatura deste oceano também tem impactado os padrões de precipitação no país.
Bloqueios atmosféricos: Esses bloqueios impediram a entrada de frentes frias no Brasil, resultando em chuvas abaixo da média na maior parte do território, com a exceção do Rio Grande do Sul, que enfrentou uma situação oposta.
A combinação desses fenômenos climáticos está moldando a maior seca da história do Brasil, com a possibilidade de que a situação se agrave até novembro. A contínua monitorização e análise são cruciais para entender e mitigar os impactos dessa crise hídrica e energética.
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