Estudo revela impactos das megaconstelações de satélites na atmosfera
(Foto: Divulgação)
Em um novo estudo, pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia investigaram que tipos de efeitos as megaconstelações de satélites podem causar na atmosfera da Terra. Os resultados mostraram que, durante a reentrada, estes dispositivos lançam óxido de alumínio e outros poluentes — e, segundo os autores, isso torna os satélites capazes de causar danos significativos na camada de ozônio.
Os resultados são importantes porque a camada de ozônio é extremamente crucial para a vida em nosso planeta, pois nos protege da radiação ultravioleta vinda do Sol. Já se sabe que substâncias vindas da atividade humana abriram buracos nela, e que os lançamentos de foguetes também liberam poluentes prejudiciais para os gases ali.
No entanto, ainda faltava examinar o papel dos satélites nesta equação. Joseph Wang, coautor do estudo, comentou que "foi só nos últimos anos que as pessoas começaram a pensar que isso pode ser um problema. Somos uma das primeiras equipes a analisar qual pode ser a implicação disso", disse.
Não é possível coletar dados exatos sobre os tipos de poluentes liberados pelos satélites conforme reentram na atmosfera. Assim, para o estudo, Wang e seus colegas estimaram estes dados, e calcularam as possíveis interações entre os metais usados na estrutura dos satélites. Foi assim que eles descobriram que, só em 2022, houve um aumento de 30% no alumínio atmosférico.
Ainda, eles concluíram que, durante a reentrada de um satélite de 250 kg, são gerados quase 30 kg de nanopartículas de óxidos de alumínio, que levariam até 30 anos para descerem à estratosfera (camada atmosférica entre a troposfera e mesosfera).
A SpaceX, de Elon Musk, vem expandindo sua mega constelação de satélites Starlink, que hoje conta com mais de 5.900 satélites em operação. No entanto, organizações como a Amazon, OneWeb, entre outras, também vêm trabalhando em suas próprias constelações de satélites de internet.
Se estas constelações continuarem crescendo como suas respectivas empresas planejam, os níveis de óxido de alumínio na atmosfera podem crescer em 646% a cada ano. "Atualmente, os impactos ambientais da reentrada de satélites são pouco conhecidos", alertaram os autores, destacando a importância — e urgência — de novos estudos sobre o assunto.
A camada de ozônio é uma defesa vital contra a radiação ultravioleta, e a potencial degradação desta camada por atividades humanas, incluindo as reentradas de satélites, pode ter consequências graves para o meio ambiente e a saúde humana. Este estudo ressalta a necessidade de regulamentações e tecnologias que minimizem os impactos ambientais das atividades espaciais.
A pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia é um alerta para que governos e empresas espaciais considerem os efeitos a longo prazo de suas operações, promovendo um equilíbrio entre o progresso tecnológico e a preservação do nosso planeta.
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