Netflix anuncia megacompra da Warner Bros. Discovery e sacode o futuro do entretenimento mundial
- Redação neonews

- 5 de dez.
- 3 min de leitura
A maior aquisição da história do streaming promete reorganizar Hollywood, acende alertas regulatórios e coloca a Netflix em um novo patamar de poder

(Foto: Divulgação)
A indústria do entretenimento entrou oficialmente em uma nova era. A Netflix anunciou um acordo gigantesco para adquirir a Warner Bros. Discovery (WBD) — um movimento que não só surpreende o mercado, mas também reposiciona o streaming no centro das decisões de Hollywood. A operação envolve dinheiro e ações, avaliando a WBD em US$ 27,75 por ação, totalizando quase US$ 83 bilhões em valor empresarial. Para os acionistas, o valor de mercado chega a US$ 72 bilhões.
É um negócio que, além de histórico, pode redefinir completamente a forma como consumimos conteúdo.
Um acordo complexo — e estratégico
Sob os termos combinados, os acionistas da WBD receberão US$ 23,25 em dinheiro + US$ 4,50 em ações da Netflix por ação WBD. Esse pacote conta ainda com um mecanismo de proteção (“collar”), que ajusta a proporção de ações caso o valor da Netflix oscile antes do fechamento do acordo.
Mas a compra só se concretizará após uma etapa crucial: a separação da divisão Global Networks da WBD — responsável por canais como CNN, TNT e Discovery. Essa fatia se transformará em uma nova empresa, a Discovery Global, com previsão de conclusão no terceiro trimestre de 2026. Só então a Netflix poderá finalizar oficialmente a aquisição.
O que muda para a Netflix?
Se antes a Netflix era conhecida por crescer com produções próprias, licenciamento pontual e um catálogo em constante reinvenção, agora o jogo muda por completo.
Com essa aquisição, a empresa passa a controlar:
HBO e HBO Max, seus acervos e marcas premium;
Um dos catálogos históricos mais influentes do cinema e da TV;
Estúdios robustos como Warner Bros., New Line e Cartoon Network;
Franquias monumentais — de Harry Potter a O Senhor dos Anéis, passando por DC e Looney Tunes.

(Foto: Divulgação)
É um salto estratégico que transforma a Netflix de “streaming inovador” em gigante híbrido, operando tanto no digital quanto no cinema tradicional.
No entanto, a operação carrega um preço: um enorme escrutínio regulatório.
A expansão que incomoda — e os desafios regulatórios
A negociação já acendeu alertas em diferentes pontos da indústria. Cineastas, produtores e entidades do audiovisual pediram ao Congresso dos EUA uma análise rígida do acordo, afirmando que a união de duas potências pode gerar uma concentração perigosa de mercado.
Parlamentares também solicitaram uma avaliação detalhada sobre:
impacto na concorrência;
condições de distribuição;
relações trabalhistas;
efeitos no ecossistema global de mídia.
Além disso, concorrentes diretos — especialmente a Paramount Skydance — questionaram o processo, sugerindo favorecimento à Netflix e cobrando transparência na negociação.
A pressão chegou ao governo: a congressista republicana Darrell Issa enviou uma carta formal à Procuradora-Geral dos EUA e aos líderes da FTC e do Departamento de Justiça pedindo atenção redobrada ao caso.
Uma disputa silenciosa nos bastidores
A WBD confirmou publicamente, em 21 de outubro, que estava aberta a propostas. Em seu comunicado oficial, destacou:
"Enquanto a Warner Bros. Discovery continua a avançar na separação previamente anunciada da Warner Bros. e da Discovery Global, seu Conselho de Administração anunciou hoje que iniciou uma revisão de alternativas estratégicas para maximizar o valor para os acionistas..."
O CEO David Zaslav reforçou a visão da empresa:

(Foto: Divulgação)
“Continuamos a dar passos importantes para posicionar nossos negócios... Demos o passo ousado de nos preparar para a separação da empresa em duas empresas distintas e líderes.”
Entre os interessados estavam Apple, Paramount Skydance e NBCUniversal, mas rumores indicam que foi a Paramount Skydance quem tentou mais agressivamente a compra — sem sucesso.
A Netflix e a WBD negociam com exclusividade por tempo limitado. Caso alinhem todos os termos, um anúncio oficial deve ser feito — mas o passo mais difícil ainda estará por vir: a aprovação regulatória, que pode se estender por boa parte de 2026.
Se concretizada, esta será a maior aquisição já realizada por uma empresa de streaming. E o impacto será sentido por toda a cadeia: desde estúdios e salas de cinema até os aplicativos que você abre no celular.
Estamos diante de um momento que pode definir a próxima década do entretenimento.
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