Ex-executiva da Microsoft critica Xbox: “Eles estão em uma bolha e se afastaram dos fãs”
- portalneonews
- 11 de out.
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Laura Fryer, cofundadora do Microsoft Game Studios, fez duras declarações sobre a atual liderança do Xbox e o aumento dos preços do Game Pass, apontando perda de identidade e conexão com a comunidade gamer

(Foto: Divulgação)
A relação entre o Xbox e sua comunidade parece atravessar uma fase delicada. Em um vídeo recente que repercutiu fortemente entre os fãs, Laura Fryer, cofundadora do Microsoft Game Studios, fez críticas contundentes à atual liderança da marca — especialmente após os aumentos nos preços do Xbox Game Pass e dos consoles.
Segundo Fryer, as decisões recentes da empresa demonstram que a liderança da divisão está desconectada de sua base de fãs. “Para ser justa, eles acertaram. Deram aos fãs a liberdade de escolher, e deram, eles partiram”, afirma Fryer. “Nenhum fã pediu que o preço do Game Pass fosse aumentado em 50%, ou que o preço do Xbox fosse reajustado em 30%. Este vídeo sem graça é mais uma confirmação de que a bolha no Xbox é real, com uma liderança que não entende o que os tornou excelentes.”
A ex-executiva relembra que, nos anos 2000, o Xbox era sinônimo de inovação e comunidade, especialmente na época de Halo 2, quando as jogatinas em grupo e as partidas via Xbox Live criaram uma verdadeira cultura gamer. Para ela, essa essência se perdeu ao longo dos anos, substituída por decisões corporativas distantes do que fez a marca ser amada.

(Foto: Divulgação)
Laura também destacou que essa mudança vem de uma cultura interna que começou a se enraizar em 2008, marcada por um comportamento de obediência cega às lideranças. Segundo ela, essa postura culminou na Microsoft atual — mais preocupada em perseguir tendências do mercado do que em cultivar sua identidade original.
Ao comentar sobre o novo slogan “Isto é um Xbox”, Fryer foi categórica: “‘Isto é um Xbox’ está destruindo todo o valor da marca construído ao longo dos anos”, afirma. “Era para ser uma mensagem inclusiva, onde todos são bem-vindos, mas acabou esvaziando a marca, porque se tudo é um Xbox, então nada realmente é.”
Em sua visão, o problema não está apenas na comunicação, mas na falta de substância por trás das ações da empresa. “O Xbox não se reinventou substituindo o motor antigo por um melhor, eles simplesmente abandonaram o que tinham e começaram a perseguir o que não entendiam”, reflete.
Fryer ainda destacou um ponto sensível para os fãs: a escassez de títulos originais e marcantes. Sem grandes jogos exclusivos que justifiquem a fidelidade à plataforma, o aumento nos preços acaba soando como um golpe ainda mais duro. “Com este último aumento no Game Pass, o Xbox jogou fora uma de suas últimas vantagens: eles eram o melhor negócio em jogos”, acrescenta. “Esses aumentos de preço parecem uma traição. Ganância em vez de jogos.”

(Foto: Divulgação)
As palavras de Laura Fryer ecoam entre jogadores e desenvolvedores que acompanham com atenção o rumo da marca. Sua crítica não é apenas sobre valores monetários, mas sobre a perda do propósito que um dia fez o Xbox ser sinônimo de paixão, comunidade e diversão.
Enquanto a Microsoft segue tentando redefinir o futuro de seu ecossistema de jogos, a fala de Fryer serve como um lembrete poderoso: sem ouvir sua base e sem manter viva a alma gamer, nenhuma marca — por maior que seja — consegue se sustentar por muito tempo.




