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ESPECIAL EMMY 2021 | Crítica: "The Underground Railroad" é assustadoramente realista

A produção de Berry Jenkis adapta o livro de mesmo nome ganhador do prêmio Pulitzer



A escravidão é um capítulo assustador da história da sociedade moderna, e que ainda não foi totalmente apagado. Barry Jenkis possui uma curta carreira até então, porém já bastante premiada, e em sua primeira produção após Moonlight, o diretor não deixa a peteca cair. Por outro lado, joga ela ainda mais alto e na cara do espectador.





"The Underground Railroad" é uma minissérie lançada no Prime Video em maio desse ano, e infelizmente (pelo menos por mim) acabou passando batido por várias pessoas. A produção conta com 10 episódios com uma 1h em média (porém há um de 40min e outro de 20min). Ela é uma adaptação do livro ganhador do Pulitzer de melhor ficção "The Underground Railroad: Os Caminhos Para a Liberdade", de Colson Whitehead, e conta a história de Cora, uma jovem escrava que foge da plantação que foi escrava sua vida inteira para o Norte dos Estados Unidos.





Mesmo sendo uma ficção, a obra não deixa de contar com um forte contexto de realidade. Situado em um dos momentos mais complicados da história estadunidense, na qual havia a separação entre Sul, que era escravagista, e o Norte que era contra esse sistema desumano. Porém não se engane, ambos eram racistas.


As "underground railroads" existiram na vida real


Os caminhos usados para a fuga, os chamados "Underground Railroads" realmente existiam. Não necessariamente eram subterrâneos como na série, porém eram reais e foram bastante usados pelos negros naquela época.


A produção é feita com um exímio perfeito. As locações, o figurino, roteiro, direção.... tudo é muito bom, afinal estamos falando de um diretor ganhador de Oscar, e que nessa produção narra uma história que é pesada, seu ritmo lento acrescenta na narrativa e na obra como um todo, obrigando o espectador a pensar e refletir sobre diversos aspectos da sociedade atual.



Thuso Mbedu trás uma interpretação pesada apenas com o olhar


Temos uma atuação excepcional da sul-africana Thuso Mbedu, que trás uma atuação intensa e pesada porém reclusa. Apenas pelo seu olhar e com poucas palavras é possível sentir toda a complexidade e sofrimento que a sua personagem, a Cora, é em seu âmago.


Vale também um destaque para o personagem do Joel Edgerton, que faz aquele que vai atrás de Cora para traze-la de volta para a colônia. Em nenhum momento Jenkis tenta fazer com que o espectador crie uma empatia com o personagem, porém ele recebe uma construção que faz dele mais interessante. Na minha concepção é uma escolha que poucos diretores tomariam ao contar essa história, porém que apenas adiciona mais camadas e uma maior qualidade a produção.





A direção de Jenkis está espetacular como sempre. Para aquele olho já treinado, é possível identificar suas características estampadas durante os episódios, o que é algo muito bom e que sempre deve ser valorizado. Precisamos de mais diretores/as com seus estilos e estéticas próprios, isso é um dos fatores que dá graça as obras audiovisuais.





Por fim, temos uma história bastante necessária, porém difícil de ser assistida. O seu ritmo lento principalmente no primeiro episódio pode afastar grande parte do público mais "casual", porém se você comprar a ideia e entrar de cabeça na história, você terá uma aula de história que irá te chocar, revoltar e te fazer entender bastante sobre a sociedade atual.






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