Filme da Netflix, criado pelo rapper americano Kid Cudi, funciona como um apoio ao álbum de mesmo nome lançado pelo cantor
(Netflix/Reprodução)
Com tantos lançamentos constantes na Netflix Brasil, talvez algumas boas novidades podem passar despercebidas no catálogo. E o filme Entergalactic é uma das produções mais recentes que merecia maior destaque, principalmente por misturar o gênero de comédia romântica com uma animação mais do que perfeita. Aqui, o rapper americano Kid Cudi (que apareceu no longa de terror em X - A Marca da Morte) entrega um projeto divertido e sagaz em sua composição.
Em Entergalactic, o público conhece o protagonista Jabari (Cudi), um artista de rua que recebe a proposta de transformar sua maior criação num quadrinho: o personagem Mr Rager. Nisso, Jabari se muda para o centro de Nova York para seguir nessa nova etapa de sua vida profissional; até que o jovem conhece a fotógrafa Meadow (feita por Jessica Williams), vizinha no prédio para o qual se muda. Enquanto Jabari se apaixona por Meadow, o artista precisará abrir espaço para o amor em sua vida; mesmo que figuras do passado ainda queiram reatar namoros antigos.
A fórmula de comédia romântica em Entergalactic não é cansativa. Ao mesmo tempo em que acompanhamos a vida de Jabari em Manhattan — cheia de festas e encontros com os melhores amigos, Jimmy (Timothée Chalamet) e Ky (o rapper Ty Dolla Sign) —, há espaço para a vida profissional de Meadow e algumas reflexões sobre as inseguranças da personagem, que são (um pouco) solucionadas pela melhor amiga Karina (Vanessa Hudgens). Por mais que Jabari seja a figura principal, Meadow ganha espaço não só como interesse romântico.
E o filme da Netflix, considerado como um "especial", é um show de visuais multicoloridos misturados à música. Nesse sentido, Entergalactic funciona como um acompanhamento ao disco musical de mesmo nome, lançado no dia 30 de setembro (data de estreia do longa no streaming). Kid Cudi criou uma anedota que segue a linha de raciocínio de suas músicas, e o resultado é impressionante na tela. Há partes de Entergalactic que se parecem com verdadeiras obras de arte.
Em determinados pontos, a trama pode cair no cilchê das ron-coms e ter um final um tanto quanto previsível, e o conflito no clímax da história é de fácil resolução. Apesar disso, talvez Entergalactic não tenha o intuito de ser complexo ou extremamente impactante com o enredo; mas sim com a obra como um todo, unindo as canções de Kid Cudi com a atmosfera vibrante, e os personagens carismáticos que são dublados por grandes nomes da cultura pop.
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E tais personagens convencem na comédia e atmosfera leve de Entergalactic. É impossível não rir de algumas piadas ao longo do filme, e até mesmo a personagem Carmen (dublada por Laura Harrier) não é vista cem por cento como a "antagonista" do romance principal. A animação da Netflix mostra a vivência e os contratempos de um romance no século XXI, somados ao protagonismo negro bem disposto na história e uma direção de arte primorosa; o que com certeza são fatores que somam à experiência de assistir Entergalactic.
Se você está procurando por um filme que traga diversão, uma produção criativa e uma história simpática e romântica, assista Entergalactic. E se você se interessa por música e arte, ou pelo menos achou a animação de Homem-Aranha no Aranhaverso espetacular, essa recente adição ao catálogo da Netflix continua a seu favor.
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