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Crítica | Tony Hawk’s Pro Skater 3+4

Redação neonews
15 de jul.
3 min de leitura

Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 é a coletânea que prova que a nostalgia, quando bem cuidada, pode ser tão empolgante quanto a novidade

(Foto: Divulgação Nintendo)

Alguns jogos não apenas marcaram uma geração, mas moldaram uma identidade cultural. Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 chega em 2025 como mais do que um simples revival; é uma carta de amor a quem viveu a era de ouro dos games de skate e, ao mesmo tempo, um convite para novas gerações entenderem por que essa franquia é tão icônica. Ao unir os dois capítulos mais técnicos e criativos da série em uma coletânea polida, a Activision não apenas resgata memórias, mas as amplia, mantendo a essência intacta enquanto injeta doses certeiras de modernidade.

A jogabilidade continua sendo o coração pulsante do game. Fluida, precisa e, acima de tudo, viciante, ela resgata o equilíbrio perfeito entre acessibilidade e profundidade. É fácil pegar o controle e sentir que nunca se esqueceu de um kickflip ou grind, mesmo que tenha passado anos sem tocar em um Tony Hawk. A engine aprimorada oferece física mais realista sem sacrificar a leveza arcade que tornou a série tão amada. Além disso, a adição de pequenas melhorias, como checkpoints opcionais em fases mais extensas, mostra um cuidado em tornar a experiência mais fluida sem descaracterizar o desafio original.

Os mapas, por sua vez, continuam sendo um espetáculo à parte. Dos clássicos como Airport e Los Angeles até três fases inéditas, tudo foi construído com um level design que convida à exploração constante. É impossível não sentir aquela faísca nostálgica ao descobrir segredos ou coletar as lendárias letras SKATE espalhadas pelo cenário. A coletânea acerta ao manter a essência dos mapas originais, mas insere pequenos detalhes que os tornam mais ricos visualmente e interativos, deixando a experiência mais viva sem comprometer a memória afetiva.

Um dos maiores trunfos é a trilha sonora. Clássicos como My Way e Ace of Spades se misturam a faixas inéditas que capturam o mesmo espírito rebelde e enérgico da época. A presença de artistas contemporâneos conecta o passado ao presente de forma natural, ampliando o apelo da coletânea. No entanto, há uma ausência sentida: Marcelo D2, que havia sido anunciado como parte da trilha, acabou ficando de fora. Para os fãs brasileiros, foi uma frustração que tirou um pouco do brilho da representatividade nacional. Ainda assim, o setlist continua forte e é parte fundamental para a imersão.

Falando em representatividade, a inclusão de novos skatistas, especialmente Rayssa Leal, é um dos pontos mais simbólicos do jogo. Ela não apenas adiciona diversidade ao elenco, mas também representa a evolução do skate como cultura e esporte global. Controlar Rayssa e executar combos insanos em fases históricas é quase como ver uma nova geração se encontrando com a velha guarda, criando uma ponte emocional que dá novo fôlego à franquia.

Se há algo que Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 deixa claro, é que nem sempre inovação significa reinventar. Às vezes, basta refinar o que já era incrível e entregar com respeito, cuidado e paixão. Essa coletânea não tenta ser algo que não é. Ela abraça a nostalgia, mas não se acomoda nela. É um jogo que sabe que seu maior valor está em permitir que velhas manobras ainda provoquem sorrisos e novos recordes de pontuação tragam a mesma sensação de triunfo de décadas atrás.

No fim, Tony Hawk’s Pro Skater 3+4 entrega exatamente o que os fãs queriam – e isso é um elogio. Ele não reinventa a fórmula, mas lembra por que ela sempre funcionou tão bem. É um tributo ao passado que se mantém relevante no presente e prova que, quando feito com carinho, o retorno às origens pode ser tão empolgante quanto uma novidade. Um verdadeiro rolê pela memória e pelo futuro do skate digital.