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Crítica | Corra que a Polícia Vem Aí

Akiva Schaffer entrega uma homenagem hilária aos originais e prova que ainda há espaço para comédias absurdas no filme atual - Corra que a Polícia Vem Aí


Filme - Corra que a Polícia Vem Aí
Filme - Corra que a Polícia Vem Aí

(Foto: Divulgação)



Poucos esperavam ver Liam Neeson, o homem que passou a última década resgatando reféns e caçando criminosos com precisão mortal, protagonizando uma comédia pastelão como Corra que a Polícia Vem Aí (2025). Essa surpresa, no entanto, é justamente uma das grandes forças do filme. Seguindo os passos de Leslie Nielsen, que também migrou de papéis dramáticos para o humor escrachado, Neeson encarna Frank Drebin Jr. com a postura sisuda de um herói de ação, mas mergulha em situações absurdas sem perder a compostura – o que só potencializa a comédia.


A trama é simples e fiel à essência da franquia: Drebin Jr., herdeiro do legado do pai, tenta salvar o Police Squad da extinção enquanto investiga um assassinato que envolve bilionários e corporações de tecnologia. Schaffer atualiza a sátira, trocando as referências políticas dos anos 1990 por alvos contemporâneos, como a cultura das Big Techs, a burocracia obsoleta e a autossuficiência arrogante das instituições. O resultado é um humor que dialoga com o presente, sem perder o formato ágil e frenético das piadas originais.


Tecnicamente, o filme se destaca pela montagem precisa, que mantém o ritmo acelerado e garante que as gags visuais e verbais se encaixem perfeitamente. As cenas de ação, ainda que paródicas, são bem coreografadas e brincam com o visual de blockbusters recentes – a sequência de luta no estilo John Wick é um exemplo claro. A trilha sonora de Lorne Balfe alterna entre o épico, lembrando Hans Zimmer, e os sopros caricatos que marcaram a franquia original, criando um contraste cômico irresistível.


O elenco de apoio é igualmente certeiro. Danny Huston e Kevin Durand abraçam a caricatura de vilões com entusiasmo, enquanto Paul Walter Hauser adiciona um tempero especial como parceiro de Drebin. Mas o grande destaque vai para Pamela Anderson, que brilha ao lado de Neeson em uma química inesperada e hilária. Sequências como o jazz improvisado, a “operação limpeza” na cozinha e a surreal cena do boneco de neve mostram que a atriz está em plena reinvenção, com timing cômico afiadíssimo.


O humor, como nos originais, é uma mistura de trocadilhos, piadas físicas e momentos completamente nonsenses. Embora alguns dos melhores gags já tenham aparecido nos trailers – como o assalto ao banco ou o carro desgovernado – o filme guarda surpresas deliciosas, incluindo um interrogatório absurdo usando câmeras do carro policial. Schaffer demonstra entender que esse tipo de comédia funciona melhor quando não se leva a sério, e mantém a cadência de piadas a cada poucos segundos.


Apesar de ser um produto voltado para um público que consome conteúdo cada vez mais rápido, Corra que a Polícia Vem Aí (2025) resiste à tentação de virar apenas um amontoado de esquetes soltas. O roteiro serve como uma cola eficiente entre as cenas, permitindo que o espectador se envolva minimamente com a história de Drebin Jr. e torça por ele. É uma fórmula simples, mas eficiente – exatamente o que esse tipo de sátira precisa para funcionar.


No fim, o filme cumpre sua missão: resgata um tipo de humor que parecia esquecido no cinema e entrega gargalhadas genuínas. Liam Neeson prova que pode ser tão eficaz na comédia quanto na ação, Pamela Anderson rouba cenas e Akiva Schaffer reafirma seu talento em modernizar clássicos sem perder a essência. Não é apenas um revival nostálgico, mas uma prova de que, com o elenco e a direção certos, até as piadas mais absurdas ainda podem ter vida longa nas telonas.




Ficha Técnica


Nome: Corra Que A Polícia Vem Aí

Tipo: Filme

Onde assistir: Cinemas

Categoria: Comédia

Duração: 1h e 25min


Nota 4/5



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