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Crítica | Round 6

A sequência inesperada de Round 6 que aprofunda traumas e amplia o universo sombrio de um sucesso global


Round 6
Round 6

(Foto: Divulgação)



Quando a Netflix anunciou a segunda temporada de “Round 6” , muitos fãs ficaram apreensivos. Afinal, continuações inesperadas costumam tropeçar na própria ambição, sacrificando o impacto emocional original em favor de tramas forçadas. No entanto, sob a direção firme e roteiro de Hwang Dong-hyuk , a nova temporada não apenas preserva a essência brutal e psicológica que consagrou o primeiro ano, mas também expande habilmente sua crítica social, apresentando novas camadas de tensão e desesperança.


O enredo retoma imediatamente após os eventos da temporada anterior, com Gi-hun (Lee Jung-jae) exigindo a exportação e destruição da organização por trás dos jogos mortais. Enquanto isso, Jun-ho (Wi Ha-joon) luta contra seus próprios traumas, reacendendo investigações sobre o sistema perverso por trás dos acontecimentos. Uma narrativa certeira ao aprofundar os personagens e mostrar os efeitos psicológicos duradouros de suas experiências, em vez de simplesmente recriar o formato já conhecido. Essa continuidade natural evita a sensação de repetição, enquanto mergulha ainda mais fundo nas cicatrizes deixadas pelo passado.


Tecnicamente, a série brilha novamente com uma direção de arte impecável. Os novos jogos mantêm uma estética infantil e colorida que contrasta brutalmente com a violência gráfica, evocando desconforto e fascínio. A cinematografia de Lee Hyeong-deok cria quadros inquietantes, especialmente em cenas de jogos, onde a tensão é amplificada por ângulos dinâmicos e close-ups angustiantes. Já a composição precisa de Nam Na-young garante um ritmo frenético sem perder os momentos de respiro emocional que tornam a história tão humana.


As atuações também são um ponto alto. Gong Yoo , agora com mais tempo de tela como o Vendedor, entrega uma performance eletrizante, oscilando entre carisma enigmático e desespero reprimido. Lee Jung-jae continua magistral como Gi-hun, equilibrando sua sede de vingança com uma vulnerabilidade tocante. O elenco de novos concorrentes também surpreende, criando dinâmicas marcantes que rapidamente prendem o público. Essas interações reforçam a crítica social central da série: o desespero econômico como combustível para o espetáculo da violência.


Talvez o aspecto mais fascinante seja a capacidade do roteiro de Hwang Dong-hyuk de usar os jogos como metáfora para os dilemas morais e emocionais dos personagens. Cada competição, por mais sangrenta que seja, carrega camadas simbólicas, refletindo desigualdades, traições e os limites éticos que as pessoas estão dispostas a superar para sobreviver. As pausas entre os jogos revelam ainda mais sobre a humanidade (ou a falta dela) dos competidores, fazendo com que os momentos de confronto físico apenas o ápice de derrota anteriormente convencional.


Além disso, a nova temporada ousa brincar com o espectador ao explorar as entradas do sistema. Revelações sobre os bastidores dos jogos e as mecenas que os financiam trazem uma dimensão ainda mais perturbadora. Os vilões ganham contornos mais complexos, enquanto o jogo de poder nos bastidores se torna tão cruel quanto o que acontece na arena. Essa escolha mantém o público intrigado e expande o universo distópico de “Round 6” sem comprometer sua crítica à desigualdade e à espetacularização do sofrimento humano.


Se a primeira temporada chocou ao refletir um sistema impiedoso onde as vidas se tornam, esta segunda parte reforça a ideia de que o ciclo de opressão é interminável. Mais do que uma continuação, "Round 6" prova ser uma evolução da série, sustentada por atuações intensas, simbolismo poderoso e uma direção que sabe onde restringir as feridas emocionais do público. É um lembrete visceral de que, mesmo após sobreviver ao jogo, ninguém escapa ileso das suas regras.



 

Ficha técnica


Nome: Round 6

Onde Assistir: Netflix

Categoria: Ficção Científica, Comédia, Aventura

Duração: 2 Temporadas


Nota 4/5


 

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