Dados recentes da NASA revelam que a área de destruição é quase três vezes o tamanho dos Estados Unidos
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O buraco na camada de ozônio, que se forma anualmente sobre a Antártida, atingiu em 2024 uma área média de 20 milhões de quilômetros quadrados, um tamanho impressionante que equivale a quase três vezes o território dos Estados Unidos. A maior extensão foi registrada em 28 de setembro, quando o buraco alcançou 22,4 milhões de quilômetros quadrados. Apesar desses números alarmantes, os especialistas têm boas razões para acreditar que a recuperação da camada de ozônio está a caminho.
Desde 1992, quando o mundo se uniu para implementar o Protocolo de Montreal, que visa eliminar gradualmente a emissão de produtos químicos que destroem o ozônio, os cientistas têm observado uma tendência de recuperação. Paul Newman, líder da equipe de pesquisa de ozônio da NASA, comentou: “O buraco antártico de 2024 é menor do que os buracos de ozônio vistos no início dos anos 2000. A melhora gradual que vimos nas últimas duas décadas mostra que os esforços internacionais que coibiram os produtos químicos destruidores de ozônio estão funcionando”.
Embora os dados de 2024 indiquem uma leve melhora, Stephen Montzka, cientista sênior do Laboratório de Monitoramento Global da NOAA, alerta que “a camada de ozônio ainda está longe de ser totalmente curada”. A concentração de ozônio na região, que em 2024 atingiu seu menor valor de 109 unidades Dobson, está bem abaixo das 225 unidades Dobson típicas de 1979.
A camada de ozônio desempenha um papel crucial na proteção da Terra contra os raios ultravioleta emitidos pelo Sol, cuja exposição excessiva pode aumentar o risco de câncer de pele e cataratas, além de impactar negativamente a produção agrícola e os ecossistemas. Os cientistas acreditam que a melhora observada se deve ao declínio dos produtos químicos nocivos, como os clorofluorcarbonos (CFCs), e a um aumento inesperado de ozônio transportado por correntes de ar.
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“Para 2024, podemos ver que a gravidade do buraco na camada de ozônio está abaixo da média em comparação a outros anos nas últimas três décadas”, afirmou Montzka. No entanto, a luta para restaurar a camada de ozônio continua, e a recuperação total poderá levar até 2066.
A trajetória atual indica que, embora os avanços sejam encorajadores, a proteção da camada de ozônio exige vigilância constante e compromisso global. Como observou Bryan Johnson, químico da NOAA: “Então, ainda há um longo caminho a percorrer antes que o ozônio atmosférico retorne aos níveis anteriores ao advento da poluição generalizada de CFC.”