Bateria de Carbono-14 | Energia Ininterrupta por Milênios
- Redação neonews
- 26 de fev.
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Revolução energética: uma bateria que dura 5.700 anos sem recarga

(Foto: Divulgação)
Pesquisadores da Universidade de Bristol, em parceria com a Autoridade de Energia Atômica do Reino Unido (UKAEA), desenvolveram uma bateria de diamante baseada na decomposição radioativa do carbono-14. Essa tecnologia inovadora promete transformar o armazenamento de energia, oferecendo uma solução duradoura para dispositivos médicos, tecnologia espacial e outras aplicações onde a substituição de baterias é um desafio.
Este avanço pode representar uma revolução na indústria, pois permite a geração contínua de eletricidade por milhares de anos sem necessidade de recarga. De acordo com a Universidade de Bristol, "a bateria funciona aproveitando a decomposição radioativa do carbono-14, um isótopo usado na datação de materiais arqueológicos, para produzir uma fonte de energia confiável e duradoura".
A bateria opera de forma semelhante a um painel solar, mas, em vez de converter luz em eletricidade, utiliza os elétrons liberados pela decomposição do carbono-14 para gerar energia. "Esse processo ocorre natural e continuamente, garantindo uma fonte ininterrupta de eletricidade por milênios", explica o portal Popular Mechanics.
Para garantir segurança e eficiência, o material radioativo é encapsulado em diamante, um dos materiais mais resistentes do mundo. Esse revestimento impede que a radiação escape e ainda otimiza a conversão de energia. "Essa tecnologia emergente está posicionada como uma opção segura e sustentável para diversas aplicações tecnológicas", destaca a Universidade de Bristol.
Um dos grandes diferenciais dessa nova bateria é a reutilização de resíduos nucleares. O carbono-14 utilizado é extraído de blocos de grafite descartados por reatores nucleares. "A bateria de diamante os reutiliza para gerar eletricidade de forma eficiente", aponta o site Glass Almanac.

(Foto: Divulgação)
Essa abordagem contribui para reduzir os resíduos nucleares e minimizar impactos ambientais, tornando-se uma solução mais limpa e sustentável para a geração de energia.
O potencial dessa tecnologia se estende a diversas áreas. No setor da saúde, a bateria pode ser usada em dispositivos médicos como marca-passos e aparelhos auditivos, eliminando a necessidade de substituições frequentes. "Sua longevidade reduziria a necessidade de cirurgias para substituir as baterias, melhorando a qualidade de vida dos pacientes", destaca o Daily Galaxy.
Na exploração espacial, essa tecnologia pode revolucionar missões de longa duração. Satélites e sondas poderiam operar por séculos sem manutenção, superando desafios energéticos atuais. Além disso, seu uso em locais remotos, como estações de monitoramento em oceanos profundos, garantiria operação confiável sem necessidade de intervenção humana.
Apesar do grande potencial, a tecnologia ainda enfrenta limitações. Como gera energia em microescala, atualmente não é adequada para dispositivos de alto consumo, como carros elétricos e smartphones. "Os pesquisadores acreditam que, com o tempo, versões melhoradas e com maiores capacidades poderão ser desenvolvidas", afirma o portal Popular Mechanics.
O professor Tom Scott, líder do projeto, compartilhou sua visão sobre a evolução da tecnologia: "Nossa tecnologia de microenergia pode suportar uma ampla gama de aplicações importantes, desde tecnologias espaciais e dispositivos de segurança até implantes médicos. Estamos animados para explorar todas essas possibilidades, trabalhando com parceiros da indústria e de pesquisa, nos próximos anos".
Com uma solução energética tão inovadora e sustentável, a bateria de carbono-14 pode redefinir os padrões de armazenamento de energia e abrir caminho para um futuro mais eficiente e seguro.